Respirador Bucal
Postado em 18 de agosto de 2014 por Ronald Fagundes Figueira Pinho
Os pacientes que respiram demasiadamente pela boca são conhecidos como respiradores bucais. Podem ser do gênero masculino ou feminino, muitas vezes procuram tratamento ortodôntico na clínica odontológica, pois não estão satisfeitos com seu perfil facial, apresentam apinhamento de dentes anteriores, dificuldade de respiração e higienização.
Características da Respiração Bucal
Geralmente é relatado pelas mães dos pacientes que no período de lactação, não teve um tempo adequado de amamentação por diversos motivos como a necessidade de trabalhar ou dificuldades na lactação. Quando a criança está mamando a respiração somente poderá se realizar pelo nariz, portanto o aleitamento é fundamental para a manutenção da respiração nasal e também para o desenvolvimento da ATM e o correto posicionamento da mandíbula e maxila.
A família observa que o paciente apresenta com freqüência sono agitado durante a noite, ronco, sonolência durante o dia, halitose e baixo rendimento escolar. O próprio paciente costuma relatar muita salivação noturna, a boca seca ao acordar, reconhece um cansaço exagerado para pequenas atividades físicas como subir escadas, fazer caminhadas e em função disso evita a prática de esportes queixando de deficiências respiratórias.
O quadro clínico apresentado pelo paciente chama-se respiração bucal, é muito comum nos casos de pacientes que não tiveram um tempo adequado de lactação, ou em casos de hipertrofia das tonsilas faringianas (adenóides) assim como qualquer obstrução das vias aéreas superiores podem causar o estado de respiração bucal como auxilio. E o desequilíbrio da função causa várias alterações em nosso organismo.
Exame Clínico em Paciente Respirador Bucal
O exame clínico é feito inicialmente com a ectoscopia e alguns sinais claros pra diagnóstico de respirador bucal podem ser vistos sem dificuldades tais como: problemas posturais em função da saliência dos omoplatas, os ombros tem suas pontas voltadas para frente, o tórax deprimido, comprimindo o músculo diafragma. A musculatura abdominal é flácida e relaxada. A postura das pernas é prejudicada e o indivíduo na posição ortostática mantém-se com as pernas abertas e os pés afastados para manter o equilíbrio do corpo. A face é longa e entristecida, os lábios são entreabertos, hipotônicos e ressecados, os músculos da mímica também apresentam flacidez e as narinas são estreitas.
No exame intra-bucal observa-se que o paciente apresenta em geral má-oclusão de classe II, palato profundo, estreitamento e protrusão da maxila, retrusão da mandíbula, hipertrofia das tonsilas palatinas (amídalas). No exame periodontal observa-se com muita frequência sangramento na proximais de dentes apinhados em função de dificuldades de higienização, e não podem ou não ser encontradas presenças de bolsas periodontais.
Os pedidos de exames radiográficos que podem ser solicitados são as radiografias extra-orais mento-naso, para verificar o seio maxilar e desvio de septo nasal, a radiografia Cefalométrica de Perfil (Teleradiografia), radiografia panorâmica e modelos de gesso das arcadas superior e inferior do paciente para definir o plano de tratamento ortodôntico. Também é muito interessante fazer o uso de fotografias intra e extra-orais para enriquecer ainda mais o plano de tratamento.
Para que o tratamento seja completo pode ser necessário um acompanhamento de um fonoaudiólogo e de um otorrinolaringologista para que os mesmos possam trabalhar a função de reeducação respiratória e de desobstruir as vias aéreas superiores, respectivamente.