Doença Periodontal – Conheça os fatores de risco

Postado em 21 de junho de 2014 por Ronald Fagundes Figueira Pinho

Doença Periodontal, Gengivite e Periodontite

A Doença Periodontal é uma condição patológica que afeta diretamente as estruturas de suporte dos dentes  do paciente. Ela se não for tratada poderá ocasionar desde inflamações e sangramentos até situações mais graves como a perda dentária. A doença periodontal pode ser diagnosticada através de seus principais sintomas como a presença de cálculos dentários e sangramento gengival e apresenta-se alguma vezes de forma silenciosa para algumas pessoas que não conseguem detectar que há algo errado em sua boca. As visitas regulares ao dentista servem como uma ótima medida preventiva contra o desenvolvimento da doença periodontal. Quando a doença se estabelece as estruturas de suporte dos dentes podem ser muito prejudicadas.

Essas estruturas de suporte do dente são compostas pela gengiva inserida, epitélio juncional, inserção conjuntiva e o  osso alveolar. Essas estruturas em conjunto oferecem sustentação para que o dente possa realizar suas funções de corte, trituração de alimentos e mastigação.

A doença periodontal tem sua origem geralmente associada a uma higiene bucal deficiente. Quando você porventura não se realiza escovação dos dentes após as refeições, dorme-se sem antes realizar higiene da cavidade oral, não se possui o hábito de usar fio dental, tornando as chances da doença periodontal se instalar em sua boca e consequentemente afetar sua gengiva de forma muito desagradável.

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As primeiras evidências de que há algo errado com a sua gengiva você pode observar logo no início deste processo de progressão da doença periodontal e são as inflamações na gengiva, aumento de volume da gengiva, a gengiva parecendo estar inchada e provavelmente sentirá sua gengiva sangrando quando escovar os dentes ou até mesmo quando estiver se alimentando. Outra evidência importante é a presença de tártaros. Em alguns casos mais agudos algumas pessoas relatam inclusive um sangramento da gengiva no período noturno, durante o período do sono e ao acordar percebe que a fronha do travesseiro contém a presença de sangue proveniente da gengiva inflamada.

Este conjunto de sinais e sintomas relatados acima chamamos de gengivite. 

Quando esta condição inflamatória não é tratada e o paciente permite o avanço da doença periodontal, a consequência disso pode ser muito ruim. A doença periodontal pode avançar e gerar um quadro que chamamos de periodontite. Quando a periodontite ocorre as estruturas orgânicas de suporte dos dentes começam a perder sua capacidade. Os principais sinais deste avanço da doença periodontal são a perda óssea alveolar, que é o osso que sustenta os dentes e a mobilidade dentária. Estes fatores causam muito desconforto ao paciente que terá sua capacidade de mastigação reduzida podendo ter essa condição inflamatória acompanhada de dores e até mesmo do surgimento de abscessos periodontais.

Evidências de que existem fatores de risco para a Doença Periodontal

Estudos epidemiológicos mostram que a gengivite pode ser adquirida tanto por crianças quanto por adultos. A maior prevalência da doença periodontal é encontrada em adultos. Estudos comprovam que a periodontite é precedida pela gengivite através do acúmulo e a maturação de microrganismos no biofilme dental. A periodontite também também evolui de acordo com o nível de inflamação gengival e dos tecidos de suporte dentário. O processo inflamatório é variável de pessoa para pessoa e intensidade da inflamação também possui estas mesmas variáveis por indivíduo.

A doença periodontal destrutiva, associada a muitos processos inflamatórios crônicos contando ainda com a presença de agentes infecciosos torna inevitável o desenvolvimento da perda de tecido periodontal. Estudos microbiológicos comprovam que a cavidade oral possui uma flora bacteriana com mais de 500 diferentes tipos de bactérias. Portanto, existe uma forte evidência de que os microrganismos são a causa principal para a destruição dos tecidos periodontais.

Conceito de risco da Doença Periodontal

Risco é definido como a probabilidade de um evento ocorrer no futuro ou pode ser definido nesta situação como a probabilidade de alguém individualmente desenvolver algum tipo de doença ou experiência que alterem seu estado de saúde em determinado momento. Aplicando para a doença periodontal é a probabilidade de ocorrer a periodontite ou a possibilidade de mensuração da perda de tecido periodontal que são capazes de ser avaliadas durante um determinado período de tempo. Fatores de risco podem ser definidos como as características que distinguem ou expõe a probabilidade de desenvolver periodontite ou mensurar uma perda tecidual nos tecidos de suporte dentário. A identificação dos fatores de risco poderia ser baseada na análise do relacionamento de tempo entre a presença de exposição a fatores potenciais e a ocorrência de perda tecidual.

Geralmente a primeira evidência da existência de potenciais fatores de risco para a doença periodontal vem de quem desenvolve a doença ou condição em diferentes características. Em certos tipos de exposição, observações e outras evidências, os cientistas puderam desenvolver trabalhando em hipóteses o efeito proposto de cada potencial fator de risco da doença periodontal.

Fatores de Risco da Doença Periodontal

#1- Nível de Higiene Bucal

A placa bacteriana é o principal fator causador da doença periodontal e o nível de qualidade da higiene bucal está diretamente associada a isto. Quanto piores forem os hábitos e a frequência de higiene oral de uma pessoa, mais severa tenderá a ser a manifestação da doença periodontal. Quando se trata de um grupo populacional que possui pouca instrução de higiene oral, os níveis de perda tecidual e de doença na gengiva são costumeiramente maiores do que em grupos populacionais que possuem maior instrução. Programas intensivos de higiene oral são efetivos na redução do índice de cáries e da doença periodontal em crianças e adultos.

#2- Tabagismo

O cigarro é um fator de risco conhecido para várias doenças, inclusive para a doença periodontal. O efeito do fumo tem sido extensivamente estudado ao longo dos anos e a evidência de sugestões muito fortes na associação entre vários tipos de intensidade de hábitos de fumar com a condição de saúde gengival, perda de tecido periodontal, perda óssea e severidade da periodontite. A prevalência de periodontite em fumantes é muito maior do que em não-fumantes. Fumantes inveterados estão consistentemente associados com quadros mais severos da doença periodontal, com características de perda de dentes precocemente.

#3- Diabetes Mellitus

O diabetes Mellitus é uma doença metabólica, sistêmica, resultante de distúrbios endócrinos, caracterizado por um aumento anormal de glicose no sangue, provocada pela falta relativa ou absoluta de insulina, resultando em um defeito na utilização de carboidratos e alterações no metabolismo dos lipídios e proteínas. As manifestações periodontais em pacientes diabéticos, observa-se que o espessamento dos vasos sanguíneos no periodonto dificulta o transporte de oxigênio e nutrientes à intimidade dos tecidos, bem como a eliminação de resíduos metabólicos, desencadeando um desequilíbrio fisiológico, por meio da qual se torna aumentada a susceptibilidade desses tecidos à DP, uma vez que tais alterações microvasculares comprometem o metabolismo de defesa do periodonto . Nesses relatos enfatiza-se, porém, que as alterações fisiopatológicas na estrutura do periodonto estão diretamente ligadas ao controle metabólico da doença, bem como ao tempo de instalação da mesma, sendo a descompensação glicêmica fundamental para que as mudanças histopatológicas aconteçam a nível periodontal. Os vasos sanguíneos gengivais dos pacientes diabéticos, no decorrer do tempo, apresentam maior propensão à arteriosclerose e oclusão, quando comparados àqueles não diabéticos Conclui então que o efetivo tratamento periodontal com redução da inflamação periodontal está associado com a redução dos níveis de Hemoglobina Glicosilada em pacientes diabéticos não insulinodependentes.

#4- Gravidez

A gravidez é um estado dinâmico. No período de gestação ocorrem diversas modificações a nível biológico, imunológico e hemodinâmico. As alterações maternas, visam a proteção e o desenvolvimento fetal, deixando a gestante mais desprotegida a possíveis infeções sistémicas. Algumas das alterações a nível hormonal, podem aumentar a suscetibilidade a diversas infeções, nomeadamente à periodontite. A gengivite gravítica, é considerada a forma mais comum de doença periodontal na gravidez, afetando 36-100% das mulheres grávidas. A doença periodontal materna, representa uma potencial fonte de microrganismos, que ao entrarem na circulação sanguínea direta ou indiretamente, influenciam a saúde materno-fetal. A saúde materna, é considerada um fator maior na determinação de possíveis complicações que podem ocorrer na gestação. As complicações decorrentes de gestantes portadoras de doença periodontal, podem incluir o parto prematuro, baixo peso ao nascimento, pré-eclampsia, diabetes gestacional e aborto. A adoção de um regime de higiene oral e o recurso a consultas de medicina dentária periódicas, diminui significativamente os sinais de gengivite na gestação.

#5- Respiração Bucal

A Respiração bucal afeta a saúde oral pois pode causar boca seca, mau hálito, e aumentar a incidência de cáries dentárias. A saliva ajuda a neutralizar os ácidos e a enxaguar as bactérias da boca. Com a baixa do fluxo salivar os riscos de cáries e doenças periodontais como a gengivite e periodontite aumentam. No entanto, as consequências da respiração bucal vão mais além do que boca e faringe ressecadas. A Respiração bucal pode causar vários problemas físicos e médicos. Os problemas físicos incluem fatiga crônica, bruxismo, dor no pescoço, problemas da ATM, dores no ouvido, dores de cabeça frequentes, dores na garganta e problemas de fala. Entre as consequências médicas mais sérias podemos citar os distúrbios do sono como o ronco e a síndrome de apnéia. A apnéia está associada à doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e acidentes vasculares cerebrais (AVC). Se a respiração bucal não for diagnosticada e tratada, com o passar do tempo ela afetará a posição dos dentes, a mordida, as características faciais e a postura do paciente. Especialmente em crianças, que estão em fase de desenvolvimento, a respiração bucal causa alterações faciais (face longa), desenvolvimento anormal dos dentes (dentes tortos, apinhamento e mordida cruzada) e até mesmo problemas comportamentais.

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